- dezembro 1, 2022
- Postado por: Rafael Kosoniscs
- Category: Diversidade
A discriminação e o racismo são inaceitáveis e sua manifestação no futebol ganha proporções gravíssimas, dada a grande visibilidade do esporte em todo o mundo, estimulando atitudes negativas e deseducando as novas gerações. É inadmissível que pessoas sejam tratadas de modo pejorativo e moralmente ofendidas devido à etnia e à expressão de sua cultura, como a alegre coreografia, com a qual alguns de nossos atletas comemoram o momento mágico do gol.
A pauta da diversidade e da inclusão está muito presente e é fundamental para construirmos um ambiente de negócios cada vez melhor. Nas empresas, mais do que nunca, combate-se a discriminação étnica, de gênero, ideológica e religiosa. Pessoas com visão pluralista, tolerantes e capazes de conviver com as diferenças detêm o perfil que se espera no ambiente de trabalho. São valores que procuramos disseminar de modo intenso na indústria paulista, na qual é forte a aderência aos princípios de ESG, sigla em inglês para a governança ambiental, social e corporativa.
O futebol sempre contribuiu muito para o combate à discriminação, pois parte expressiva de seus melhores atletas é constituída por negros, como o rei Pelé, o maior de todos os tempos, e tantos outros jogadores maravilhosos, protagonistas das cinco copas que ganhamos, em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. São pessoas que inspiram sonhos e influenciam comportamentos. A contribuição dos afrodescendentes também se expressa em todas as áreas de atividade e na cultura do Brasil.
Numa conjuntura nacional e global em que a discriminação, a negligência ecológica e social e práticas politicamente incorretas afastam investimentos, afugentam consumidores, contrariam os stakeholders e conspiram contra a economia, não há mais lugar para preconceito. A força da economia brasileira na trilha do desenvolvimento está justamente no pluralismo e na diversidade de nossa gente. Esta é a visão da indústria e é assim que edificaremos um país mais próspero e justo.
Que, no Catar, nossos jogadores façam muitos gols, alegrem o mundo com passos de dança e disseminem os bons valores do esporte. Que, com sua arte, confortem o planeta assustado pela guerra e convalescente da pandemia e, se não for pedir muito, nos tragam o “caneco”!
Rafael Cervone, engenheiro e empresário, presidente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP).
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